segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"O silêncio tende a lhe dizer uma coisa: que o barulho era desnecessário".



Morri no facebook. Por 1 mês exato. Ressuscitei e teve gente que nem teve tempo de notar minha ausência.
E quase ninguém – mais precisamente 5 pessoas dos 366 “amigos”- foi no meu funeral. Vai ver que esqueci de avisar que ia morrer por aquelas bandas.

As motivações para essa breve saída do face foram pessoais, precisava me dedicar aos estudos e a ferramenta tomava muito do meu tempo livre. 
Inclusive nos primeiros dias sem a rede social percebi que quando estava entediada, abria o face mais por mania, e sem perceber, passava um bom tempo vendo atualizações.

Sem o face, percebi uma espécie de silêncio e comecei a gostar disso.

Eu ainda penso que o face é uma mentira e embora possa em teoria te aproximar das pessoas, acaba por superficializar as relações interpessoais. 
Você pensa que se relaciona, mas aquilo é um ótimo veículo para você se manter distante. Ninguém mais telefona para saber como se está, muitos nem tem seu telefone ou endereço de e-mail. Eu acho difícil manter um diálogo de mais de 5 linhas  ali.
Muitos acham que o sorriso exposto no perfil é o suficiente para entender que se está feliz. E que um like é a forma máxima de contato, de mostrar que se importa. Tudo mentira.

Gabriel Garcia Marquez diz em sua autobiografia “La vida no es la que uno vivió, sino la que uno recuerda y cómo la recuerda para contarla”.
É assim que vejo o face, uma utopia sobre quem e como você gostaria que a sua vida fosse, então você a conta como sonha. 
E ali é isso o que vale, como você a conta.

Embora o face seja uma forma de contatar pessoas que estão longe, eu senti que sem o ópio dessa rede social a tendência é estar atento as coisas reais: o diálogo com a pessoa que está ao lado ou procurar uma nova maneira de se comunicar com o amigo ou familiar querido que está longe. Ou se deixar ser procurada por eles, pra variar um pouquinho.
O facebook se fecha e um mundo se abre.

Aos relutantes: abandonar o facebook é uma experiência sociológica sem igual, onde se reencontra o tempo, antes desperdiçado em “likes” vazios. 
Eu recomendo, pelo tempo que for.
Minha cabeça passou por um processo de desintoxicação.

E mais uma vez entendi que amigos se contam nos dedos das mãos e que o conceito de diferenciar família de parente é sabedoria milenar.

8 comentários

Muito bom o post! :) Eu uso cada vez menos o facebook e parei, ha muito tempo, de colocar minhas fotos pessoais ali. Nem mesmo no perfil tem a minha foto. Acho uma chatice. :)

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Taí, de vez em quando eu até entro no meu facebook (mas nem sempre).

Feliz Natal!

:)

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me falta coragem... sempre acho que fico mais perto das pessoas que täo lá longe. mas no fim... tu é que tens razäo =/

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Eu fico inventando mil desculpas pra mim mesma pra näo fechar o meu face.... mas ainda tomo coragem,
Abracoss

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Eu fiz umas listas e compartilho conteúdo pessoal só com quem considero próximo mesmo. :)

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Eu estou sempre entrando. Queria usar menos, sabe?
:)

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engraçado essa sensação de que estamos perdendo algo, né? é isso que me dá mais medo em redes sociais: seria isso dependência? será que já condicionaram tanto meu jeito de me relacionar? não raro eu programar o cérebro no modo "postagem" pro facebook... :/
mas como era a vida sem facebook? sem ele, as pessoas arranjariam outro jeito de se comunicar, né? ;)

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Oi, Renata!
O importante nem sempre é excluir mas racionalizar o uso. :)

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