"O silêncio tende a lhe dizer uma coisa: que o barulho era desnecessário".
Morri no facebook. Por 1 mês
exato. Ressuscitei e teve gente que nem teve tempo de notar minha ausência.
E quase ninguém
– mais precisamente 5 pessoas dos 366 “amigos”- foi no meu funeral. Vai ver que
esqueci de avisar que ia morrer por aquelas bandas.
As motivações para essa breve saída do face foram pessoais, precisava me dedicar aos estudos e a ferramenta tomava muito do meu tempo livre.
Inclusive
nos primeiros dias sem a rede social percebi que quando estava entediada, abria
o face mais por mania, e sem perceber, passava um bom tempo vendo atualizações.
Sem o face, percebi uma espécie de silêncio e comecei a gostar disso.
Eu ainda penso que o face é uma mentira e embora possa
em teoria te aproximar das pessoas, acaba por superficializar as relações interpessoais.
Você pensa que se relaciona, mas aquilo é um ótimo veículo para
você se manter distante. Ninguém mais telefona para saber como se está, muitos
nem tem seu telefone ou endereço de e-mail. Eu acho difícil manter um diálogo de mais de 5 linhas ali.
Muitos
acham que o sorriso exposto no perfil é o suficiente para entender que se está
feliz. E que um like é a forma máxima de contato, de mostrar que se importa. Tudo
mentira.
Gabriel
Garcia Marquez diz em sua autobiografia “La vida no es la que uno vivió, sino
la que uno recuerda y cómo la recuerda para contarla”.
É assim que vejo o
face, uma utopia sobre quem e como você gostaria que a sua vida fosse, então
você a conta como sonha.
E ali é isso o que vale, como você a conta.
Embora o
face seja uma forma de contatar pessoas que estão longe, eu senti que sem o ópio dessa rede social a tendência é estar atento as coisas reais: o diálogo com
a pessoa que está ao lado ou procurar uma nova maneira de se comunicar com o
amigo ou familiar querido que está longe. Ou se deixar ser procurada por eles,
pra variar um pouquinho.
O facebook
se fecha e um mundo se abre.
Aos relutantes: abandonar o facebook é uma
experiência sociológica sem igual, onde se reencontra o tempo, antes desperdiçado em “likes” vazios.
Eu recomendo, pelo tempo que for.
Minha
cabeça passou por um processo de desintoxicação.
E mais uma vez entendi que amigos se contam nos dedos das mãos e que o conceito de diferenciar família de parente é sabedoria milenar.
8 comentários
Muito bom o post! :) Eu uso cada vez menos o facebook e parei, ha muito tempo, de colocar minhas fotos pessoais ali. Nem mesmo no perfil tem a minha foto. Acho uma chatice. :)
REPLYTaí, de vez em quando eu até entro no meu facebook (mas nem sempre).
REPLYFeliz Natal!
:)
me falta coragem... sempre acho que fico mais perto das pessoas que täo lá longe. mas no fim... tu é que tens razäo =/
REPLYEu fico inventando mil desculpas pra mim mesma pra näo fechar o meu face.... mas ainda tomo coragem,
REPLYAbracoss
Eu fiz umas listas e compartilho conteúdo pessoal só com quem considero próximo mesmo. :)
REPLYEu estou sempre entrando. Queria usar menos, sabe?
REPLY:)
engraçado essa sensação de que estamos perdendo algo, né? é isso que me dá mais medo em redes sociais: seria isso dependência? será que já condicionaram tanto meu jeito de me relacionar? não raro eu programar o cérebro no modo "postagem" pro facebook... :/
REPLYmas como era a vida sem facebook? sem ele, as pessoas arranjariam outro jeito de se comunicar, né? ;)
Oi, Renata!
REPLYO importante nem sempre é excluir mas racionalizar o uso. :)
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