Metapoética

Posted by Nely L. on 11:24 in Mil poesias,

Colocar os sentimentos no papel com destreza não é tarefa das mais fáceis. Colocar um monte de pensamentos seus na ponta da caneta dá uma inquietação, taquicardia, uma dorzinha no peito.
Já dizia Drummond: " Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo".
Seguem dois poemas meus.

Cântico à poesia
Oh, poesias sobre todos os temas!
Olhai por nós, os meros mortais
Que não sabemos vivê-las, mas representamo-las
Nessa terra do Nunca de sentimentos banais
Olhai por nós que não sabemos canalizar a dor
E pelos que pensam que o mundo é uma bolha de sabão
Também por aqueles que entregam rimas ao amor
E aos que pensam que as nuvens são feitas de algodão
Olhai por aquele grupo que é um fingidor
E chega a sofrer pelo mal que deveras criou
olhai pelos que se envenenam com maçã do amor
Morrendo e renascendo, como a fênix ensinou
Não deixai que se esgote o sofrimento
Pois deles se esgotariam as rimas
Olhai por nós a todo momento:
Somos marionetes de mãos divinas!***

Metapoética

A poesia: o berço das horas imperpétuas
Simples. Eternas no berro de um verso;
Os sentimentos errados das horas incertas.
Uma loucura, confusa, vivida ao inverso
E ao reverso, em um perverso entender
De sentidos, mesmo que momentâneos
Da vida ou do que se tem para se ver ou
Viver, leve, num momento espontâneo.
Conheço-me a cada instante
Da escrita. Em cada inconstante segundo imundo: minha alma grita!
Uma tentativa insana de libertação;
Uma reação silenciosa e aflita.
No florescer de uma emoção:
Minha alma grita!